Acho importantíssimo preservarmos a oralidade até porque ela é uma característica da regionalidade. E essa característica regional vem se perdendo ao longo do tempo pela influência dos migrantes. Em São Paulo, por exemplo, tivemos e temos até hoje muitos imigrantes que ajudaram a transformar o vocabulário do paulista.
Em 1972, meu último ano de faculdade aqui na PUC Campinas tivemos que fazer um trabalho de campo no Vale do Paraíba. Cada dupla de alunos cobria duas cidades. As nossas foram Natividade da Serra, que pouco tempo depois foi inundada pela barragem e foi reconstruída em outro lugar e São Luís do Paraitinga. Saíamos pela manhã, gravador a tiracolo e conversávamos com crianças, participávamos das brincadeiras: pique-esconde, ana mula. E também conversávamos com os mais velhos: tudo gravado e transcrito foneticamente e fotografado também. Foi um registro maravilhoso de uma região que, na época, tinha características muito diversas dos falares do lado de cá de São Paulo ( região de Campinas). Infelizmente na época fizemos o trabalho que foi para o livro que a professora estava escrevendo e acabamos perdendo os frutos desse trabalho. Mas, nosso país, do tamanho que é, com tanta diversidade cultural tem um material riquíssimo que vai ilustrar esse blog de uma maneira muito profícua.
Os causos dos pescadores que a Juliana publicou são ,sem dúvida, um material riquíssimo.Mas deixa estar que por aqui, na região de Piracicaba também temos falares regionais que tornaram a cidade famosa Brasil a fora!!!!O hino do XV de Piracicaba ( time de futebol) é famoso:
"Caxara de forfe, cúspere de grilo,bícoro de pato,
XV,XV,XV
Ásara de barata, nheque de portera,já que tá que fique,
XV,XV,XV
Veio numa kombi véia, sem óio de breque, de ócro raibã
XV,XV,XV
Carcanhá de bode, tocêra de grama, já que tá que fique,
XV,XV,XV"
para desespero dos piracicabanos, a quem respeito muito!
vera
Um comentário:
Vera: adorei o hino.
Traduz pra gente?
Pena você ter perdido o trabalho, né?
Bjs
Postar um comentário